Virtualmente março 15

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Virtualmente PONTOS DE INTERESSE ESPECIAIS: 

N Ú M E R O

Professor:

Filomena Costa Ser humano? Por Jorge 

O naufrágio, por Guilherme Capelo

M A R Ç O

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Ao leitor

uma profissão… Por

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Tu és o meu decreto-lei, por Jéssica Guisleni

NESTA EDIÇÃO: Entrega-me ao vento...

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O meu sonho

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O jornal online vai continuar por mais dois anos. Introduzimos duas novidades a partir de agora que são as seguintes: figurarão no jornal não apenas textos e imagens produzidos pelos membros da comunidade educativa mas também outros textos ou imagens de autores consagrados ou outros que achemos pertinentes. Já neste número sai um texto que é uma carta de uma jovem iraniana condenada à morte à sua mãe, um texto tocante que decerto comoverá os leitores. A outra novidade tem a ver com o facto de irmos dando notícias de alguns eventos de alguma forma relevantes que ocorram na biblioteca, na escola e na sociedade.

estética, ainda assim interessante. A prosa que ocupa a maior parte do jornal aborda questões ligadas à ética profissional, às relações humanas, incidentes naturais, etc. Pode ainda o leitor contar com o espaço de humor habitual, com uma BD, com um problema matemático na última página, para além dos Pensamentos e Vida, concisas frases sábias de pensadores que lembram os haicais orientais.

decer às pessoas que colaboraram ou fizeram colaborar os seus alunos neste número, em especial aos professores Carlos Tomás, Filomena Costa, Mónica Reis, Vera Rodrigues e à técnica superior de biblioteca Luísa Sardinha. Uma palavra de apreço especial para a professora Élia Freitas e para a técnica de informática Lígia Rodrigues pelo inestimável apoio informático. Leonardo Fernandes

Não podemos deixar de agra-

O leitor neste número pode contar também com alguma poesia que se impõe mais pelo conteúdo do que pela forma

História universal 4

O computador

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A amizade

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Humor

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Pensamentos e vida

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Criança especial Rosto diferente Olhar terno e puro Sorriso inocente Deambula quase perdida Num mundo cruel e duro. Chamam-te anjo na terra Ser de luz celestial Teu ser diferente A quem chamam de especial É mais consciente

Do que muito ser humano Que se julga tão normal. Tua missão na terra É divulgar o amor Na sua forma mais original Alma bela e pura Tão diferente e tão igual Que se destaca e se eleva Num mundo dito normal Um tanto o quanto estranho

Para ti Criança especial… Luísa Sardinha


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És o meu decreto-lei Mesmo sem te ver, sei-te de cor, decorado És o meu decreto-lei, o meu ir e vir, o meu outro lado Fecho os olhos e vou esculpindo uma imagem Apago os abrolhos e dou início à viagem Ouço a tua voz, mas é a minha boca que se mexe Tolda-me a emoção, mas é em ti que as lágrimas correm Sente o meu coração e lê as letras que transcorrem Escrevo assim estas linhas apenas para te dizer Que para onde tu caminhas é onde irei chegar

E que em ti, depois da noite eu irei amanhecer Não existe outra saída a não ser encontrar-te Procurar-te-ei incansável e destemidamente

E a contrapartida é deixaresme levar-te… Jéssica Ghisleni

Ser humano? O ser humano forja as leis e os conceitos de Bem e de Mal mas no fim é tudo para proveito próprio.

Sou um ser humano, tenho o poder do raciocínio mas mesmo assim escapa-me a solução de coisas tão simples quanto uma equação matemática. O ser humano forja as leis e o conceito de Bem e de Mal mas no fim é tudo para proveito próprio. Utiliza a força para subir na cadeia da vida, mas de que serve ser uma espécie governadora de um mundo vazio? É o que acontecerá, pois o ser humano utiliza a força contra aqueles que se opõem às suas ideias. Por vezes penso: E se

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uma espécie que se alimenta de seres humanos aparecesse? Com certeza o ser humano diria que essa espécie é um monstro e a excluiria, mas o ser humano alimenta-se de porcos, vacas e come-os sem sequer hesitar, mesmo assim esses porcos e vacas continuam a conviver connosco. Diriam que é errado uma espécie se alimentar de humanos mas é certo humanos se alimentarem de outras espécies, ainda pior, humanos matam a sua própria espécie, com a desculpa de estar a agir segundo

a lei. Os humanos distorcem a verdade e se escondem atrás da lei. Isto não é justiça, mas sim uma desculpa para não serem punidos. Com a lei não se criou a espécie mais forte (humanos) mas sim a única espécie que é incapaz de viver sem desculpas, uma espécie mentirosa, gananciosa e incapaz de viver senão segundo a lei do mais forte. Jorge, 9ºD


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Entrega-me ao vento... Querida Sholeh, não chores pelo que estás a ouvir. No primeiro dia na esquadra, um agente velho e não casado magoou-me por causa das minhas unhas e eu percebi que a beleza não é desejável nesta era. A beleza das aparências, dos pensamentos e dos desejos, uma caligrafia bela, a beleza do olhar e da visão e até a beleza de uma voz agradável. Minha querida mãe, a minha ideologia mudou e tu não és responsável por isso. As minhas palavras não têm fim e dei tudo a alguém para que, quando for executada sem a tua presença e conhecimento, te seja dado a ti. Deixo-te muito material manuscrito como herança. No entanto, antes da minha morte quero algo de ti, algo que tens de me dar com todo o teu poder, custe o que custar. Na verdade, isto é a única coisa que eu quero neste mundo, deste país e de ti. Sei que precisas de tempo para isto. Posto isto, vou-te revelar parte do meu testamento mais cedo. Por favor, não chores e presta atenção. Quero que vás ao tribunal e lhes faças o meu pedido. Não posso escrever tal carta a partir da prisão, que fosse aprovada pelo diretor; mais uma vez terás de sofrer por mim. É a única coisa que, se chegares a implorar

por ela, eu não ficarei chateada, embora te tenha dito várias vezes para não implorares por nada, exceto para me salvares de ser executada. Minha mãe bondosa, querida Sholeh, mais querida para mim que a minha própria vida, eu não quero apodrecer debaixo do solo. Não quero que os meus olhos ou o meu jovem coração se transformem em pó. Implora para que, assim que eu seja enforcada, o meu coração, rins, olhos e tudo o que possa ser transplantado, possa ser retirado do meu corpo e dado a alguém em necessidade, como uma doação. Não quero que o destinatário saiba quem sou, que me envie um ramo de flores ou até que reze por mim. Do fundo do meu coração te digo que não desejo ter uma sepultura onde tu venhas chorar e sofrer. Não quero que vistas roupas pretas por mim. Faz o teu melhor para esquecer os meus dias difíceis. Entrega-me ao vento para me levar. O mundo não nos amou. Não quis o meu destino. E agora entrego-me a ele e abraço a morte pois no tribunal de Deus eu vou acusar os inspetores, vou acusar o inspetor Shamlou, vou acusar o juiz e os juízes do Supremo Tribunal que me espancaram quando eu estava acordada e que não se abstiveram de me intimidar.

Olá, amigo Olá, amigo! Se um dia tiver vontade de ver Vou procurar-te onde estiveres És a minha alma gémea Quando estou contigo, sinto-me bem Os abraços e o calor que toca na nossa pele… Eu dava a minha vida para estar contigo As palavras doces que eu escuto me deixam espantada

Eu quero estar contigo em todos os momentos da vida Fazia-te feliz nos momentos amorosos Quando sonho contigo parece que estás comigo em todos os momentos… Fazes-me feliz… Vou contar-te um segredo, sei que vais guardá-lo: Estarás sempre no meu coração Jéssica Ghisleni

No tribunal do criador eu vou acusar o Dr. Favandi, vou acusar Qassem Shabani e todos aqueles que por ignorância ou pelas suas mentiras, fizeram-me mal, passaram por cima dos meus direitos e não tiveram em conta o facto de que, por vezes, o que aparenta ser realidade não é. Querida Sholeh de coração mole, no outro mundo tu e eu seremos quem acusa e os outros, os acusados. Veremos qual é a vontade de Deus. Quero abraçar-te até que a morte chegue. Amo-te. Reyhaneh

...eu percebi que a beleza não é desejável nesta era. A beleza das aparências, dos pensamentos e desejos...

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O meu sonho O meu sonho é um dia ir viver para Nova Iorque porque tenho lá família e amigos emigrantes. Ir para Nova Iorque é ter um grande futuro pela frente, tudo muda quando começamos uma vida nova, isto é, deixamos os amigos, sobretudo a raiz familiar. Agora vou-vos contar porque é que eu vou deixar Portugal, o meu país… Cá em Portugal o custo de vida está caro, nem todas as pessoas podem ter o que querem, mas nos Estados Unidos temos mais oportunidades de trabalho, os salários são fei-

tos de acordo com a profissão ou o curso que sonhamos tirar, termos uma boa casa com todo o lazer que desejamos vir a ter. Um dia se calhar talvez irei viver num arranha-céus bem alto no centro de Manhattan, assim poderei ver a cidade inteira e arredores. Bem, pelo que sei quero ir antes para Nova Iorque tirar numa universidade o curso de piloto aéreo e criar uma companhia aérea que fizesse lucro e que fosse segura. Quando chegar a Nova Iorque irei ter com a minha família, iremos passear

no centro de Manhattan para conhecer a cidade inteira, também ir ver o principal de tudo que é ir à estátua da liberdade e ir à Times Square. Não penso ter dinheiro nem em ser rico, mas sim estar perto da minha família onde quer que seja. Irei fazer tudo para que este sonho se torne realidade. Na vida tudo muda. Diogo Maia, 7ºA

São Valentim É São Valentim, amor vamos dar Para conseguir e poder alegrar. Para ti, para mim uma frase com amor, E no teu coração poderá haver louvor. As mãos vamos dar E um beijo se calhar E se formos só amigos Gargalhadas vamos soltar.

Com carinho e com ternura Eu vou dar-te uma doçura Podemos comê-la na praia Vai ser divertido… uma loucura. E por fim, para acabar, Beijos da Sara, estou aqui Para poder-vos alegrar! Sara Henriques, 5ºC

História universal No princípio a Terra era um completo desastre, torná-la habitável foi uma bela trabalheira. Para passar os rios não havia pontes. Não havia caminhos para subir os montes. Querias sentar-te? Nem sombra de um banco. Caías de sono? Não existia cama. Para não ferir os pés, nem sapatos nem botas. Se visses mal, não tinhas óculos. Para fazer uma

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partida de futebol, não havia bolas. Faltava a panela e o lume para cozer o esparguete e, vendo bem, até faltava o esparguete. Não havia nada de nada. Zero vezes zero, e era tudo. Existiam apenas os homens, com dois braços para trabalhar, e assim se pôde remediar as faltas maiores. Mas ainda continua muito por fazer: toca a arregaçar

as mangas e mãos à obra! Gianni Rodari


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Um mundo melhor

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Que absurdo pensar-se que este indivíduo exerce uma profissão de risco! Pois que este indivíduo não trabalha de sol a sol, vai à escola cumprir umas horinhas (fora dela não trabalha!)...

Professor: uma profissão de risco Professor: uma profissão de risco! Não será difícil aceder àquela imagem mental tão caraterizadora das grandes urbes, em que da multidão surge um indivíduo solitário com aspeto fóbico e manifestamente expirando S.O.S. Que absurda analogia com a profissão que assume como pressuposto fundamental o processo comunicativo por excelência! Será? Ter-se-á redimido ao silêncio para minimizar os riscos inerentes ao «diálogo de surdos»? E quão grandes serão esses riscos para que o processo deliberativo culmine na opção «manter o casulo»? Que absurdo pensar-se que este indivíduo exerce uma profissão de risco! Pois que este indivíduo não trabalha de sol a sol, vai à escola cumprir umas horinhas (fora dela não trabalha!); leva consigo uma malinha (nada pesada!); quase cheia de saberes bolorentos (já se formou e não precisa de atualizar conhecimentos!); aplica o seu plano indiferenciadamente (sendo, pois, a mesma matéria, todos os alunos aprenderão o mesmo, da mesma forma!); escreve no quadro somente o essencial (as novas tecnologias resolvem os malefícios do giz!); passa o tempo sentado (pois que o seu trabalho não é servir à mesa); fala com um tom de voz normal (os aprendizes são bons ouvintes!); circunscreve-se à sua didática (gerir comportamentos e indisciplina é coisa para os pais); cumpre com todos os prazos (na verdade o tempo é o que mais lhe sobra!); tem alunos na sua maioria educados e motivados (e viva a família!); sai da escola e fecha a

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gaveta do trabalho (como é bom ir ao cinema, ao teatro, à discoteca e conversar e passear e fazer tantas outras coisas mais interessantes!); passa no multibanco e surpreende-se com tanto dinheiro, isto é que é ganhar! (dá p’ra roupa nova todos os meses e até p´ra conhecer semanalmente novos e bons restaurantes!); até que decide viajar, como é bom viajar!... Desejar ser professor é hoje indubitavelmente alistar-se nas profissões de risco, por todas as razões enumeradas e outras tantas do conhecimento público. Mas abandonar a profissão que contribuiu para a definição do projeto de uma vida inteira não será de todo a opção mais desejável – não consistirá pois o «amor à camisola» o critério basilar que subjaz à decisão: eu quero ser professor!? Como equacionar então esse tão nobre critério com os reais riscos que nos assolam sem que o resultado se apresente numa expressão negativa e irreversível? Como colmatar a existência de respostas ao problema dos riscos inerentes

à profissão docente? Pretenderemos continuar a investir no invólucro ou antes pelo contrário assumiremos uma atitude de resgate por esta profissão que se encaminha para o «não aguento mais»? Justificar-se-ão os sacrifícios do presente em prol de um futuro que se vislumbra indefinido? Valerá a pena insistir na resiliência, quando é dado como certa a condição incerta de uma carreira que persiste em adiar o fim tão merecido e apelidado de reforma? Até onde conseguiremos chegar? Mais do que um dever, é uma necessidade repensar os princípios orientadores da nossa missão. Antes de mais, urge compreender que afinal nada define tão determinantemente o futuro como a educação. E esta é indiscutivelmente uma tarefa que ultrapassa as fronteiras individuais! Filomena Costa


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O computador A maior parte das pessoas utiliza o computador. Mas será que essas pessoas têm consciência das vantagens e desvantagens que o computador tem? Na minha opinião, por um lado, é bom utilizar o computador porque podemos ter um rápido acesso a todo o género de informações, permite a realização de jogos, facilita a organização de dados de informação, possibilita o armazenamento, a visualização e edição de fotografias, música, filmes e documentos, facilita o cálculo, possibilita o acesso à internet, facilita a comunicação entre as pessoas (redes sociais,

email, entre outros…) e a partilha de informação e permite a poupança de papel. Por outro lado, a utilização do computador traz consequências negativas porque pode alterar a vida social, pode distrair os nossos pensamentos para atividades pouco produtivas, pode permitir a violação da privacidade e está sujeito a vírus, pode criar dependência, promove uma vida sedentária, o que pode fazer engordar, pode provocar problemas de visão devido às radiações que emite. Concluindo, há muitas pessoas que são viciadas no computador, mas infelizmente não sabem os

problemas que os computadores podem causar. Esta é a minha opinião em relação à utilização dos computadores. Érica Sousa e Diana Nunes, 6ºC

A amizade ...a amizade é Será que a amizade é assim tão importante quanto pensamos? Na minha opinião, a amizade é muito importante por vários motivos. Bem, sem a amizade não temos nada, somos como um poço sem fundo que após tantos anos não se vê a luz do encantador sol. Sem ela não há felicidade, uma das coisas mais lindas da vida, como aprender a amar, a valorizar, a confiar, a saber lidar com todo o tipo de pessoas desde bebé até

velhinhos, a ter paciência, a saber esperar, a escutar segredos, a saber guardar e principalmente a guardar grandes amigos no coração. Tenho amizade por todo o tipo de pessoas, os que vieram e foram, os que passaram, os que sorriem para mim, os que me dão beijos e abraços e aqueles que partiram sem deixar que nos despedíssemos das pessoas mais queridas da nossa vida. Resumindo, a amizade é o gesto e das

Minha querida princesa Minha querida princesa, Eu penso em ti sempre que acordo pela manhã, sinto-me feliz e apetece-me voar para tua casa. O teu sorriso, os teus lindos olhos dizem-me que o teu coração anseia pela minha presença e que sou tola. Só tu és a minha estrelaguia. Contigo ao meu lado, a minha vida é um jardim celestial. Sem ti, ela seria inútil. Quando

voltares terei a maior caixa de bombons à tua espera. Espero terte em breve nos meus braços. Tua: Docinho de coco Cláudia Berenguer, 6º C

palavras a mais bonita que se pode oferecer a alguém. Cláudia Cassiano, 6ºC

o gesto e das palavras a mais bonita que se pode oferecer a alguém.


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João Afonso Martins, 8ºB

Vencedor do concurso literário do Baú de Leitura

Humor Conversa entre quatro mães católicas: - O meu filho é padre, onde ele chega todos dizem: «Boa tarde, senhor padre!» - O meu é bispo e quando ele chega todos dizem: «A sua bênção, senhor bispo!» - Pois o meu é cardeal – diz a terceira mãe – e quando ele chega todos dizem: «A sua bênção, Eminência!» - E o seu filho é religioso? – pergunta uma das mães àquela que ainda não tinha dito nada. - O meu filho tem um metro e noventa de altura, é moreno de olhos verdes, tem o corpo atlético e trabalha como stripper. E quando ele VIRTUALMENTE

chega dizem sempre: «Meu Deus!» Uma vez perguntaram a um Buda: - O que é que surpreende mais a humanidade? E ele respondeu: - Há homens que perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal modo que acabam por nem viver no presente nem no futuro. Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido. A estes homens eu proponho que vivam como

gostam, como desejam, mas tentem rir com as anedotas que fui memorizando ao longo da vida. Se isso acontecer, o meu objetivo foi conseguido. No comboio, o revisor fiscalizava os bilhetes. Viu que um passageiro tinha o bilhete trocado e disse-lhe: - O senhor desculpe, mas o seu bilhete é para a Beira Alta e este comboio vai para o Porto. - E diz-me isso a mim? Avise mas é o maquinista! In Anedotas do Ferraz


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Minha querida Eu penso em ti sempre que o sol brilha através da janela e sinto-me feliz e apetece-me saltar de alegria. Diz-me a minha estrela. Só tu és a minha estrela guia. Contigo ao meu lado a minha vida é uma aventura cinematográfica. Sem ti, ela seria inútil. Quando voltares, eu já estarei a milhas. Espero que me escrevas urgentemente. A tua amiga Sara Sara Gouveia, 6ºC

O naufrágio Acordei de manhã numa pequena ilha após o naufrágio. Só tinha uma pá, uma corda, um grande coqueiro e um baú. Não sei como hei de sobreviver e escapar. Nem um banho na água da praia posso tomar por causa daqueles malditos tubarões! Tenho de começar a construir uma habitação para me abrigar das tempestades. Comecei a construir a habitação com as folhas das árvores, só que não tinha o suficiente, por isso pensei “Como esta ilha não tem nada que me sirva, o melhor é escavar um buraco que me sirva de casa e abrigo”. Após acabar a casa, só pensava em fugir daquela ilha, mas como havia de sair? Pensei em tentar matar as aves, comer a carne e usar as penas para voar dali para fora, mas era uma má ideia porque eu era muito pesado e as penas não me aguentariam. Fiquei frustrado por não ter mais ideias, penso que era do sono, por isso, fui dormir. No meu segundo dia lá na ilha, acordei cheíssimo de fome, então fui matar umas aves, mas a carne não foi suficiente e então tentei “pescar” um tubarão e consegui.

A carne era fantástica e consegui matar a fome. Senti-me cheio de força para começar a pensar e construir uma forma para fugir daquele sítio horroroso. Pensei em construir um barco, mas só me sentia inseguro com uma coisa: os tubarões. Passado algum tempo, pensei: “Não preciso de me preocupar com eles, tenho uma pá e com ela posso defenderme”. Iniciei a construção do barco. Só me faltava uma coisa: o fogo. Precisaria de fogo para fazer o interior do barco. Por isso pensei que o poderia fazer usando paus e pedras. Demorei 25 horas a acender o fogo. O barco estava feito, só me faltava ir dormir para preparar a viagem. Finalmente, ia sair daquela ilha. Comecei por colocar alguns cocos e os utensílios no barco e fui-me embora daquela ilha. Em breve chegaria a casa! Guilherme Capelo, 7ºB

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Envia os teus textos, sugestões e críticas para o email do jornal: virtualmente11@sapo.pt Cria um logótipo para o jornal da escola e envia-o para o email do jornal. O jornal sai no final de cada período letivo, envia os teus trabalhos com 30 dias de antecedência.

Pensamentos e vida Conta a tua idade pelo número de amigos, não pelo número de anos. Conta a tua vida pelos sorrisos e não pelas lágrimas.

John Lennon

Os dias talvez sejam todos iguais para um relógio, não para um homem.

Marcel Proust

Vamos, vamos pela escada que se atribui ao progresso, à civilização e à cultura. Mas aonde se vai? Realmente não sei.

Anton Chekov

Deambulação da prisioneira Uma princesa estava presa num castelo que tinha quatro alas dispostas em volta de um pátio retangular. Em cada canto existia uma torre e, por uma questão de segurança, a princesa foi trancada num quarto situado no andar superior da torre. Durante o dia era-lhe permitido vaguear livremente nos corredores principais dos dois andares superiores. Cada ala tinha um só corredor a todo o comprimento em cada um dos andares e havia uma escada em cada torre que fazia ligação entre os andares. Para ajudar a passar o tempo, a princesa distraía-se procurando descobrir quantos caminhos diferentes podia percorrer entre as partes do castelo que lhe eram acessíveis. Quantos caminhos diferentes podia ela percorrer desde o seu quarto, situado no cimo de uma torre, até ao quarto do piso inferior,

situado na torre oposta, sabendo que ela não queria passar duas vezes pelo mesmo ponto e não subia nenhuma escada? Quantos caminhos mais poderia ela ter encontrado se se tivesse permitido subir uma escada no seu percurso? Brian Bolt


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