História

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Filha de pais ingleses, de religião anglicana, Mary Jane Wilson, nasceu a 3 de outubro de 1840 em Mysore – India. Órfã de mãe aos 8 meses e de pai aos 9 anos, ficou aos cuidados da sua tia, Ellen James, em Inglaterra, onde continuou a receber uma esmerada educação. Ao longo da sua juventude revelou muito gosto pelo saber e pela procura da verdade, com predileção especial pela geografia, história, ciências naturais e pintura. Frequentou ainda aulas de música, dança e jardinagem e estudou diariamente a Sagrada Escritura. Foi em França que Mary Wilson rezou a Nossa Senhora das Vitórias e acabou por receber o Dom da Fé em Cristo presente, efetivamente na Eucaristia a 30 de abril de 1873, convertendo-se à Igreja Católica, onde foi batizada a 11 de maio do mesmo ano.

Já como enfermeira viajou por vários países da Europa. A 26 de maio de 1881 chega à Madeira para acompanhar uma senhora doente. Duas coisas chamam a sua atenção: a beleza desta ilha e o espetáculo desolador no plano social e espiritual. Começou por organizar centros de catequese. Em 1883, fundou o colégio de São Jorge, a orfandade de Santa Isabel e a Botica de S. Jorge. Em 15 de janeiro de 1884, juntamente com a jovem Amélia Amaro de Sá, que partilhando os grandes ideais de Mary Wilson aceitou o desafio e disponibilizou-se a colaborar, a Ir. Wilson fundou a Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias. Por toda a ilha a sua obra floresceu: Porto Moniz, Arco de S. Jorge, Santana, Santo da Serra, Machico, Santa Cruz, Curral das Freiras, Funchal, Recolhimento do Bom Jesus, Lazareto, Asilo de Mendicidade, Câmara de Lobos. Fundou escolas e centros de catequese, acudiu os necessitados na fome e na doença e o povo passou a referir-se a com a designação de “BOA MÃE”. Em 1907 exerceu heroicamente a caridade combatendo a epidemia da varíola no Lazareto e recebeu do Rei D. Carlos a Condecoração Portuguesa “Torre e Espada”. Em 1910, com a Implantação da República, a Ir. Wilson foi presa no Palácio de São Lourenço e expulsa para Inglaterra. Regressando à Madeira em 1911, retomou a sua missão, reunindo novamente com as Irmãs, embora de uma forma clandestina.

 Aos 76 anos, a 18 de outubro de 1916, a Irmã Wilson partiu para a eternidade. O carisma da Irmã Wilson enriqueceu a Igreja. A sua vida foi dedicada ao anúncio evangélico e ao serviço da caridade, com vista à promoção humana e espiritual dos homens, especialmente dos mas pobres, sejam eles de pão, de fé, de amor ou de cultura, como atesta o artigo em sua homenagem publicado no Diário de Notícias a 20/10/1916.

“Mataste a fome;

Saciaste a sede;

Cobristes a nudez;

Suavizastes a doença;

Combatestes a ignorância;

Consolastes os tristes;

Visitastes os encarcerados.

As vossas virtudes proclamam a vossa imortalidade.”

                                                                                   Diário de Notícias 20-10-1916

 

          A sua obra continuou a crescer pelo mundo através da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias,

cujo ideário de rege pela máxima da Irmã Wilson: “Façamos todo o bem que nos é possível”.

 

 

 

 

 

 

Escola do Santo Condestavel