História

 

EB1/ PE da Seara Velha
 
Curral das Freiras
 
Situada num vale profundo, rodeado de Serras, a freguesia de Curral das Freiras dista cerca de 29 quilómetros da sede do concelho de Câmara de Lobos, no Ilha da Madeira. O seu orago é Nossa Senhora do Livramento, celebrada todos os anos no último domingo do mês de Agosto.
Tratando-se inicialmente de uma povoação de difíceis acessos, frequentada essencialmente por pastores seminómadas, cedo se criaram condições favoráveis para o refúgio, não só de escravos, que ali conseguiam a sua carta de alforria, como ainda de foragidos. Formou-se um pequeno núcleo populacional que, nos finais do século XV estava já legalmente constituído e tinha habitantes permanentes, ainda que tivesse pouco desenvolvimento.
A povoação de Curral pertenceu inicialmente a João Gonçalves Zarco, que a doou para cultivo, em 1462, a João Ferreira e sua mulher, Branca Dias, tendo estes feito posteriormente, uma doação a sua neta Branca Teixeira, a 22 de Agosto de 1474. A 11 de Setembro de 1480, esta propriedade foi vendida ao segundo capitão donatário, João Gonçalves da Câmara que a doou ao Convento de Santa Clara, como dote de suas filhas, D. Elvira e D. Joana que lá professavam.
No início da sua colonização, esta povoação era designada simplesmente por “Curral ou Curral da Serra”, por se caraterizar como um local de extensas pastagens. A alteração do topónimo deu-se aquando da possessão destas terras pelas freiras do Convento de Santa Clara, cerca de 1492/97. No entanto, outros acreditam que esta alteração terá ocorrido apenas em 1566, quando as freiras aqui se refugiaram nas suas propriedades, na sequência do saque do Funchal, por corsários franceses.
Curral das Freiras fez parte integrante da freguesia de Santo António, porém, dado o extremo isolamento da sua população, que se encontrava a longa distância do centro da freguesia de Santo António, a paróquia de Curral das Freiras foi instituída em 1780. Contudo, apenas uma década depois (17 de Março de 1790) é que, por Carta Régia da Rainha D. Maria I, o Curral das Freiras adquire o estatuto de paróquia independente, separando-se definitivamente de Santo António.
A Igreja Paroquial é o único monumento que constitui património cultural e edificado do Curral das Freiras. Merecem também referência as levadas aqui existentes, entre as quais se destacam a levada dos Piornais, a levada do Curral e Castelejo e a levada da Velha, que foi idealizada para a captação de água no Curral das Freiras, sendo conduzida até ao Estreito, Quinta Grande e Campanário.
A população de Curral das Freiras dedica-se quase exclusivamente à agricultura, com particular destaque para o sector hortícola, sendo as suas principais produções a castanha e a ginja; desta atividade derivou a produção de licores preparados à base destes frutos.
A gastronomia local carateriza-se pela sopa de castanha e por pratos com o bragalhó e a raiz de pimpineleira como principais ingredientes.
 
 
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