Estas conversas podem ser difíceis, mas são importantes.
Não existe uma forma “certa” ou “errada” de falar com as crianças sobre esta pandemia, mas ficam aqui algumas sugestões que podem vir a ser úteis:
· Aceite que, tal como para si, também nas crianças o momento atual desencadeia um turbilhão de emoções, difíceis de perceber e acomodar. Lembre-se que as suas manifestações podem ser diferentes.
· Proporcione um ambiente de abertura e suporte para que a criança possa colocar as suas questões. Não force a criança a falar, se ela não estiver preparada!
· Forneça informação clara, sucinta e honesta. Responda às dúvidas com linguagem adaptada à idade e etapa de desenvolvimento.
· Não faça promessas irrealistas. As crianças normalmente sabem ou acabam por descobrir se os adultos lhes contam coisas que não correspondem à realidade. As crianças precisam de confiar nos seus adultos de referência.
· Esteja preparado para repetir informação e explicar várias vezes. Questionar as mesmas coisas vezes sem conta, pode ser uma forma de a criança procurar uma garantia de que as informações são verídicas.
· Escute e valide os seus pensamentos e emoções: “estou a ver que estás preocupado(a)” ou “percebo bem como estás a sentir-te nesta situação”.
· Tranquilize e transmita segurança: “podes falar comigo sempre que quiseres”, “estamos seguros em casa”, “para te sentires melhor: vamos respirar devagar, eu faço contigo” ou “vamos fazer uma atividade juntos”.
· Crie tempos de brincadeira, livre, estruturada ou em família. Brincar permite à criança expressar os seus medos, entender sentimentos e aprender a lidar com situações novas.
· As crianças tendem a personalizar, por isso, é natural que os seus medos e preocupações estejam relacionados com o seu próprio bem-estar, da sua família e amigos.
· Transmita à criança que existem muitos profissionais que estão a ajudar as pessoas afetadas. É uma boa oportunidade para mostrar às crianças que, quando algo assustador acontece, há pessoas que ajudam.
· Evite a repetição contínua de imagens e conteúdos televisivos e de outros meios de comunicação. Estes poderão ser perturbadores e confusos para a criança.
· As crianças que passaram por situações de perda no passado estarão particularmente vulneráveis, pelo que deverá proporcionar-lhes suporte e atenção-extra.
· Esteja atento e procure ajuda de profissionais especializados se existirem perturbações recorrentes do comportamento e/ou sono (por exemplo, pesadelos, terrores noturnos), pensamentos e medos persistentes e exacerbados acerca da doença ou morte.
· Lembre-se que, apesar das preocupações dos adultos, a maior parte das crianças só quer continuar a ser criança.
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